Nos últimos dez anos, o Brasil tem observado um crescimento notável no número de mulheres habilitadas para pilotar motocicletas, refletindo uma mudança significativa no perfil dos condutores de veículos de duas rodas. A cada ano, mais mulheres se aventuram ao guidão das motos, e os dados da Senatran, divulgados pela Abraciclo, mostram que atualmente existem 10.025.081 mulheres com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria A. Esse número representa um impressionante aumento de 65,8% em comparação a 2015, quando apenas 6.045.589 mulheres já possuíam a habilitação.
O aumento da representatividade feminina nas motocicletas
Apesar do avanço visível, as mulheres ainda representam apenas 24,9% dos motociclistas habilitados no país. Em contrapartida, os homens contabilizam 30.164.277 em suas fileiras, com um crescimento de 36,2% no mesmo período. A faixa etária que concentra o maior número de motociclistas habilitados, tanto entre homens quanto mulheres, é a de 31 a 40 anos, com 3.505.664 mulheres e 8.319.381 homens atuando nas ruas com suas motocicletas.
A busca por independência e segurança
O aumento da participação feminina no motociclismo reflete uma busca maior por mobilidade, independência e praticidade no deslocamento diário. Mulheres como a programadora Darlene Gonzaga têm investido em cursos de pilotagem defensiva para garantir uma condução segura. “Pilotar uma motocicleta sempre foi um sonho, mas é preciso estar muito bem-preparada. Penso em mim e nos outros também. Segurança é fundamental”, compartilha ela.
Outra admiradora das duas rodas, a enfermeira Gilmara Lima, revelou que sempre sonhou em pilotar desde a infância e utiliza sua moto como meio principal de transporte. “Pedalo desde criança, mas sempre sonhei com uma moto. No dia em que completei 18 anos, fui me matricular em uma moto escola. Explicaram que só poderia fazer isso no dia seguinte”, comenta Gilmara com entusiasmo.
Motocicletas e o crescimento da frota no Brasil
Além do aumento no número de habilitações, o Brasil possui uma frota de 35.073.122 motocicletas. O estado de São Paulo lidera em números absolutos, com 7.169.771 unidades, enquanto o Maranhão se destaca na proporção entre frota e número de habilitados. Entre as mulheres maranhenses que se apaixonaram por motos está Marinilde Gonzaga, que fundou o motoclube As Damas de Ferro. Ao incentivar a condução responsável e promover ações sociais, Marinilde destaca a importância da habilitação. “Para ser integrante, é preciso ter carteira de habilitação. A boa formação é fundamental para garantir a segurança de todos”, explica ela.
A frase de Marinilde, “quem anda de moto é muito mais feliz”, resume a paixão que muitas mulheres têm ao pilotar. A presença crescente de mulheres no trânsito sobre duas rodas é um avanço importante na quebra de estereótipos. Cada vez mais, elas estão ocupando um espaço antes dominado pelos homens, demonstrando que o motociclismo é um terreno inclusivo e acessível a todos.
A importância da capacitação e segurança
O aumento na procura pela habilitação na categoria A não só reforça o desejo de praticidade e liberdade entre as mulheres, mas também destaca a preocupação com a segurança e a capacitação adequada. Ao se prepararem melhor para enfrentar o trânsito das cidades brasileiras, as motociclistas estão se tornando condutores mais seguras e confiantes.
O crescimento da presença feminina no motociclismo brasileiro não é apenas um reflexo de mudanças sociais, mas também uma evidência do empoderamento das mulheres. Elas estão se tornando protagonistas em um espaço que, há poucos anos, era predominantemente masculino. Assim, as motociclistas contribuem para a transformação do cenário urbano, promovendo um trânsito mais inclusivo e seguro.