A chegada da Suzuki GSX-S1000 GX ao mercado é um marco importante, representando não apenas um novo modelo, mas a realização de uma filosofia de engenharia inovadora. A Suzuki apresenta uma motocicleta que não apenas respeita, mas também eleva o legado do motor GSX-R, incorporando eletrônica moderna e um conforto surpreendente. Enquanto a marca a define como uma hiper sport tourer, pode-se argumentar que ela é mais do que isso: uma verdadeira máquina para devorar quilômetros de asfalto com sofisticação e desempenho.
A Coração de um Guerreiro: Desempenho e Engenharia
No núcleo desta máquina reside um motor lendário: um motor de quatro cilindros em linha DOHC de 999 cm³, que tem suas raízes na super Esportiva GSX-R1000 K5. Na GSX-S1000 GX, esse motor fornece impressionantes 152 cv a 11.000 rpm e um torque robusto de 10,8 kgf.m a 9.200 rpm. O que torna essa potência realmente especial é a afinação do motor. Diferente da GSX-R, que exige giros altos para liberar sua força máxima, a GX foi calibrada para proporcionar uma entrega de torque mais ampla e utilizável, garantindo que mais de 70% da sua capacidade esteja disponível em uma faixa de rotação mais baixa. Isso torna a moto extremamente responsiva em ultrapassagens e amigável no trânsito urbano.
O sistema de escape 4-2-1 mantém o som hipnotizante dos quatro cilindros, adicionando uma camada emocional à experiência de pilotagem. Além disso, a transmissão de seis marchas conta com um Quickshifter bidirecional, proporcionando mudanças quase imperceptíveis e capacidade de estabilidade sob reduções bruscas, um detalhe essencial para motos com essa potência e peso de 232 kg.
A Revolução da Eletrônica: O Fator SAES
A verdadeira inovação da GSX-S1000 GX reside em seu sistema SAES (Suzuki Advanced Electronic Suspension). Este modelo é o primeiro da Suzuki a oferecer suspensões ativas. Utilizando uma IMU (Unidade de Medição Inercial) de 6 eixos, o sistema monitora continuamente a inclinação, aceleração e os movimentos da moto em tempo real. Isso permite que as suspensões, tanto no garfo invertido quanto no monoamortecedor traseiro, ajustem pré-carga, compressão e retorno mil vezes por segundo.
No modo automático, a moto é capaz de reconhecer a presença de um passageiro ou carga, ajustando instantaneamente a pré-carga para manter a geometria da moto em seu ponto ideal. Ao acelerar ou frear, a suspensão se torna mais rígida, mitigando a transferência de peso e, em estradas irregulares, suaviza para absorver os impactos. Complementando esse sistema, o SDMS-Alpha (Suzuki Drive Mode Selector Alpha) permite integrar modos de potência, controle de tração e um sistema de ABS em curva, elevando o nível de segurança e controle.
GSX-S1000 GX vs. GSX-S1000 GT: A Diferença de Filosofia
Uma dúvida comum entre os motociclistas é a diferença entre a GSX-S1000 GX e a GSX-S1000 GT. Ambas compartilham o mesmo motor e chassi, mas representam abordagens distintas sobre o turismo de alta performance. A GT foca em velocidade e aerodinâmica, enquanto a GX enfatiza a eletrônica avançada e o conforto. A principal diferença reside nas suspensões: a GT usa KYB convencionais, ajustadas manualmente, enquanto a GX traz o avançado sistema SAES com um curso de 150 mm, proporcionando um conforto excepcional e ajustabilidade em tempo real.
Além disso, a ergonomia e a eletrônica do chassi diferem significativamente. A GX apresenta uma postura de pilotagem mais vertical, enquanto a GT favorece uma posição mais inclinada. Com um assento a 845 mm, a GX se mostra mais amigável para longas jornadas, oferecendo maior conforto nas costas e punhos, ideal para aqueles que buscam uma experiência versátil e menos fatigante.